Lendas e verdades de São Paulo
- É
verdade que o distrito de Parelheiros está sobre uma cratera feita pela colisão de um meteorito?
Verdade. Cerca de 35 000 paulistanos moram dentro de um buraco de 3,6 quilômetros de diâmetro e 150 metros de profundidade. Localizada logo ao sul da Represa Billings, no extremo sul da mancha urbana, essa cratera foi criada com o impacto de um meteorito aproximadamente 40 milhões de anos atrás. "É um dos principais patrimônios geológicos do país", diz o geólogo Fábio Resende, que há sete anos faz pesquisas no local. "Ali, ainda existem sedimentos que contêm traços do próprio meteorito."
- É
verdade que existe uma mulher que ganha a vida vendendo troco na feira?
Verdade.Uma senhora que se identifica como "Valquíria" passa por volta das 7 da manhã pelas barracas de diversas feiras da cidade oferecendo maços de 97 reais divididos em notas de 1, 2 e 5 reais. Deixa o dinheiro com os feirantes que precisam de troco e volta algum tempo depois para receber 100 reais. Tem, portanto, um lucro de pouco mais de 3% em cada operação. "Consigo dinheiro trocado com cobradores em pontos de ônibus e vendedores ambulantes", conta Valquíria, que não revela o sobrenome por medo de assalto. "Já fui roubada cinco vezes."
- É verdade que existem mais ratos do que pessoas em São Paulo ?
Verdade.Quase quinze vezes mais. De acordo com uma estimativa de 2005 do Centro de Controle de Zoonoses, há na cidade 160 milhões de ratos - e 10,9 milhões de pessoas. O fenômeno existe também em outras metrópoles, embora em proporção menor. Em Nova York, o índice é de sete roedores por habitante; em Londres, de três para um. Alguns desses ratos paulistas se dedicam a politica!!!
- É verdade que no restaurante do hotel Ca'd'Oro é proibida a entrada de homens sem gravata?
Mentira. Mas isso de fato aconteceu entre 1953 e 1962. O restaurante, inaugurado na Rua Barão de Itapetininga, no centro, exibia uma placa: 'Pedimos o uso da gravata e do paletó'. A partir dos anos 60, só passou a ser exigido o paletó. 'Se chegasse alguém sem ele, nós tínhamos alguns para emprestar', lembra o proprietário Aurélio Guzzoni. Atualmente, não há nenhuma advertência na entrada da casa - que desde 1978 funciona na Rua Augusta -, mas a maioria dos freqüentadores ainda vai lá de terno e gravata.
- É
verdade que mais de 10 000 pessoas moram na Avenida Paulista?
Verdade.De acordo com a Secretaria Municipal de Habitação, cerca de 12 mil pessoas vivem em seus dezoito edifícios residenciais. Considerada o coração financeiro do país, a avenida conta com 67 prédios comerciais.
- É verdade que há bichos-preguiça no Jardim da Luz?
Verdade.São quatro - três machos e uma fêmea. "É difícil vê-los porque ficam escondidos no topo das árvores", diz a veterinária Vilma Clarice Geraldi, da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. "Muitas vezes precisamos recorrer a binóculos." Os machos nasceram ali, descendentes de um grupo de preguiças que vive no parque desde o fim do século XVIII. Já a fêmea foi trazida em outubro do ano passado. "Suspeitamos que ela já esteja prenhe."
Portanto, quatro bichos-preguica ficam no topo das arvores e outras centenas deles passam horas sentados nos bancos do Jardim da Luz.
- É verdade que o rádio do carro não pega na região da Avenida Paulista por causa da quantidade de antenas ali localizadas?
Em termos.A sintonia de uma estação de rádio depende de dois fatores: potência de transmissão e qualidade do aparelho receptor. "Como a Paulista está cheia de emissoras, as estações menos potentes sofrem muita interferência e são prejudicadas", explica Antonio Fischer de Toledo, engenheiro de telecomunicações da USP. "Os rádios dos carros, que geralmente não são muito bons, nem sempre conseguem separar de modo adequado as freqüências, por causa da proximidade com as antenas." Somente de emissoras de rádio, há oito antenas na avenida.
- É verdade que a anã Verônica, uma das atrações do Circo Roda Brasil, é filha do cantor Nelson Ned?
Verdade.Verônica Ned - que não revela a altura, assim como algumas pessoas não contam a idade - integra a equipe do Circo Roda Brasil, em exibição no Memorial da América Latina. Segundo o site do próprio Memorial, ela mede 90 centímetros , ou 22 a menos que seu pai. "Estou realizada porque aqui posso mostrar todo o meu talento", diz a artista, que faz acrobacias, participa de um número de palhaços, dança e canta muito bem. Com 30 anos, ela é a caçula de três filhos, também anões. Nelson Júnior é baterista de uma banda de jazz e Monalisa, fonoaudióloga.
- É verdade que São Paulo é a maior cidade japonesa fora do Japão?
Verdade.A população de japoneses e seus descendentes, apenas na capital, é estimada em 400.000 pessoas, segundo o Ministério de Negócios Estrangeiros do Japão. É a maior colônia nipônica fora do Japão. Atrás vêm as comunidades de Los Angeles e Honolulu (no Havaí), com cerca de 100 000 pessoas cada uma.
Uma pesquisa realizada pelo DATAFOLHA em 2010 revelou que 93% dos imigrantes japoneses e seus respectivos descendentes torcem pelo Corinthians.
- É verdade que dá para ver o mar sem sair de São Paulo?
Verdade.Quem enveredar por uma das trilhas do Parque Estadual da Serra do Mar, em Marsilac, no extremo sul do município, a 55 quilômetros da Praça da Sé, pode avistar o mar de Itanhaém. "Dá para ver a olho nu", diz a presidente da Associação de Moradores do Distrito de Marsilac, Maria Lúcia Cirillo. "Se o dia estiver claro, conseguimos observar até os prédios da cidade e algumas embarcações maiores."
- É verdade que os radares fotográficos instalados nos semáforos não multam à noite?
Verdade.São cinquenta equipamentos posicionados nos cruzamentos mais movimentados de São Paulo foram comprados pela prefeitura na década de 90 e não têm flash. Ou seja, só funcionam de dia. A Companhia de Engenharia de Tráfego, no entanto, informa que não há salvo-conduto para quem cruza os semáforos à noite. Se um marronzinho flagrar a infração, o motorista será autuado com uma multa gravíssima (7 pontos na carteira de habilitação).
Cuidado, o DSV instalou recentemente diversos radares "inteligentes" que, dentre outras coisas, funcionam a noite.
- É verdade
que existem edifícios residenciais em Higienópolis nos quais os elevadores ficam parando em todos os andares do anoitecer da sexta ao anoitecer do sábado?
Verdade.O mecanismo está instalado em elevadores de pelo menos dez prédios da região. Ele serve para que os judeus ortodoxos possam usar os elevadores sem desrespeitar o Shabat - dia considerado sagrado, que vai do pôr-do-sol de sexta ao início da noite de sábado, no qual o mínimo esforço de apertar um botão deve ser evitado. "A tecnologia propicia essas adaptações à vida moderna, facilitando o cumprimento dos preceitos", diz Cecilia Ben David, especialista em judaísmo da Casa de Cultura de Israel. "Em Tel-Aviv, isso já é bem comum." Os baianos também querem algo parecido!!!